segunda-feira, 26 de maio de 2008

"TOLERÂNCIA" - Crônica da Semana


TOLERÂNCIA

Palavra tão cultuada e nos últimos tempos tão mal difundida.
Ao passo do erro cometido a primeira atitude que esperamos, em relação ao nosso interlocutor é “que se tolere o anunciado deslize”. Óbvio, ninguém quer ser interpelado grosseiramente, após uma ‘gafe’ cometida.
Mas, isso nem sempre acontece!
A falta de bom senso e resignação, por parte de todos nós, causado pelo dia-a-dia atribulado e cheio de ‘contra tempos’, leva-nos a imaginar que “tolerar” seja um dogma atribuído aos eleitos para o talento de ser aspirante a ‘monge tibetano’. Sim, nossas vidas entraram num ciclo tão viciosamente mecânico, que esquecemos, literalmente de fazer menção à 'ponderação', que é a pedra fundamental de todo um processo de análise e conclusão dos fatos. Passa-se por cima de tudo e de todos...Faz-se conjecturas à estupidez, bem ao melhor estilo dos tempos das cavernas, onde o diálogo era algo, ainda desconhecido e desnecessário. O pedaço-de-pau mais bem aplicado e doído, direcionado a quem de merecimento era o modo mais correto e eficaz de se resolver qualquer mal-entendido. O tempo passou...Ganhamos o privilégio da descoberta da comunicação, pela linguagem verbal e não só gestual e “pasmem”! Como num passe-de-mágica, estamos voltando à temível época dos primórdios. A festa, pela alusão ao Homem-de-Nianderthal, tem como a sua principal estrela a imagem do troglodita de plantão...Sim...E o mais interessante: 'Esse não carrega o estereótipo visual da figura barbuda e mal-encarada'. Pode ser o seu colega de trabalho, muito bem ultrajado, vestindo terno, perfumado à melhor fragância 'Yves Saint Lourent', barba bem feita e aparência de bom moço. Incrível, mas o culto a grosseria e maus tratos não tem estereótipos, de fato. Está na imagem do seu vizinho(a), seu colega da sala de aula, seu amigo (Literalmente, entre ‘aspas’) ou mesmo o seu adorável chefe...Aliás, este último, com honras ao mérito, por ser a figura que melhor representa esse filão de estúpidos 'hight-tecs'. E o pior, é que vamos no embalo. Um surto de ‘bicudas’, ‘ponta pés’ e esbarrões, dignos das melhores apresentações de luta-livre, onde quem fala e gesticula menos é a pobre vítima da vez. Duro, não é !?? Mais duro, ainda é acreditar que todo esse celeuma venha a ser algo tão comum, quanto dar um beijo de bom dia à sua mãe, logo pela manhã.
É o próprio campo virtual do holocausto. Mãe xinga filho e vice versa, filho espanca pai, esposo esmurra a esposa, filhos jogados pela janela, como bonecos do ‘teatro mambembe’ e a farra do sensacionalismo barato faz as honras do espetáculo póstumo anunciado. É a falta de tolerância, pelo gordo, pela meretriz, pela mãe solteira, pelo afro-descendente, pelo idoso, pelo cachorro abandonado, pela chuva que cái e pelo sol que arde.

Isso tem cura?
Tem reversão?
Deus sabe!

E nesse caso, falar em Deus chega a ser uma heresia, pois 'Deus' deve, na certa, estar sem paciência de, ao menos, tentar entender o que vai pela cabeça de nós pobres mortais, cuja imagem e semelhança, agora passa a 'Lhe' ser, talvez, uma mera e "notável coincidência" !


BENÊ- BMFº
13:40h
26/05/2008

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